segunda-feira, 26 de maio de 2008

Pierrot


Na minha infância, não havia loja de decoração que se prezasse que não tivesse um quadro ou um bibelot do Pierrot. Lembro-me nitidamente de um quadro em particular, que se repetia nos quartos de crianças e em cima das colchas cor-de-rosa das lojas de móveis. Queria mostrá-lo aqui, mas não o encontrei... O facto é que hoje, inesperadamente, me lembrei do Pierrot... Personagem da minha infância... Nunca soube a sua história (deve ter uma, senão não seria assim tão famoso) nem o seu sexo (presumi sempre que era masculino)... O que eu sabia é que de cada vez que olhava para ele, com aquela infinitamente perturbante lágrima, invadia-me uma tristeza profunda, inexplicável, como se ele representasse toda a angústia do mundo... Hoje lembrei-me dele porque não consegui chorar.... E o choro é para mim uma espécie de exorcismo, que lava a alma... Mas quando não consigo chorar, o nó permanece e o sofrimento não sai, sufoca, abate... Hoje lembrei-me dele porque talvez já saiba, ou talvez sempre tenha sabido, o que é esconder uma lágrima por detrás de um sorriso de bibelot...

3 comentários:

Anónimo disse...

Força.Falta pouquinho, deixa estar que amanhã, vou eu chorar por ti e por mim.

Anónimo disse...

Como eu te percebo linda..tem calma. Pensa k falta menos do que o que já percorreste. Se precisares de alguma coisa liz tá? Beijinho. lú**

Anónimo disse...

Não te venho dizer que falta pouco porque te irrita, venho sim dizer que fiquei maravilhada com o texto.
Triste?
Talvez!!
Mas não eram assim todos os grandes poetas?
será que estás na área errada?